Kira Crash e Cassidy Chase: uma conversa honesta sobre a indústria pornô trans

A pornografia é uma indústria polêmica, muitas vezes vista com maus olhos pela sociedade por seu conteúdo explícito e, por vezes, problemático. Mas, para as pessoas trans, a indústria do entretenimento adulto pode ser ainda mais complicada.

Nesta entrevista exclusiva, conversamos com duas talentosas artistas trans, Kira Crash e Cassidy Chase, que compartilharam suas histórias e experiências trabalhando na indústria pornô trans.

Kira Crash é uma atriz pornô trans, além de camgirl, modelo de fotografia e blogueira. Ela começou sua carreira na indústria adulta em 2013 e desde então tem sido uma das estrelas mais populares no mundo do pornô trans.

Cassidy Chase, por sua vez, é uma performer trans sem-gênero que trabalha na indústria desde 2018. Ela é conhecida por sua atuação autêntica e por ser uma forte defensora dos direitos trans.

1. Como vocês começaram suas carreiras na indústria pornô trans?

Kira Crash: Eu me descobri como transsexual quando tinha 21 anos e comecei a trabalhar como camgirl pouco depois. Quando descobri a pornografia trans, soube que era isso que eu queria fazer. Fiz minha primeira cena em 2013 e, desde então, me dedico a carreira no pornô.

Cassidy Chase: Eu comecei na indústria como modelo erótica para uma empresa trans. Foi assim que conheci outras artistas e percebi que a indústria pornô trans me interessava. Fiz minha primeira cena para uma produtora independente e, desde então, sigo na carreira.

2. Quais são os maiores desafios que vocês enfrentam como artistas trans na indústria pornô?

Kira Crash: Um dos maiores desafios é a falta de respeito pelo nosso trabalho e pelo nosso gênero. Muitas vezes somos vistas como objetos fetichizados e não como seres humanos reais. Além disso, há um grande estigma em torno da indústria pornô e isso pode afetar nossa saúde mental.

Cassidy Chase: Concordo com a Kira. Além disso, enfrentamos muita discriminação no set de filmagem, onde muitas vezes nos sentimos desrespeitadas e maltratadas. Também pode ser difícil sermos tratadas como artistas profissionais quando há tanta desvalorização do nosso trabalho.

3. Como vocês acreditam que a indústria pornô trans pode melhorar para atender às necessidades das artistas trans?

Kira Crash: A indústria precisa de mais conscientização e respeito pelos direitos das artistas trans. Precisamos de mais oportunidades para contar nossas próprias histórias e de mais espaço para trabalhar em segurança. Também é importante que haja mais representação trans na produção desses conteúdos.

Cassidy Chase: Para mim, é essencial que haja uma maior inclinação para a autodeterminação das artistas trans na indústria, principalmente em relação ao trabalho que fazemos. Acredito que cada artista tem o direito de escolher como se descreve e como quer trabalhar. A honestidade e o diálogo transparente também são fundamentais para a melhoria da indústria.

4. Como vocês se sentem sendo defensoras dos direitos trans na indústria pornô?

Kira Chase: É uma grande responsabilidade ser uma defensora dos direitos trans na indústria pornô, mas também é muito gratificante. Espero poder ser um exemplo para outras artistas trans e ajudá-las a se sentir mais confiantes em relação ao trabalho que fazem.

Cassidy Chase: Vejo minha defesa como algo necessário para criar um ambiente mais justo e seguro para as artistas trans que desejam trabalhar na indústria. Sou privilegiada por poder ter uma voz e poder fazer a diferença.

5. Como vocês gostariam que as pessoas víssem a pornografia trans?

Kira Crash: Gostaria que as pessoas vissem a pornografia trans como uma forma válida e respeitável de entretenimento adulto. Que seja vista como uma forma de expressão artística e não como algo sujo ou vergonhoso. Também espero que a pornografia trans possa ajudar a educar as pessoas sobre a diversidade de corpos e gêneros.

Cassidy Chase: A pornografia trans deve ser vista como uma indústria diversa, que valoriza e respeita todas as pessoas envolvidas. Meu desejo é que as pessoas possam ver além dos estereótipos e acreditar em nossa capacidade de criar conteúdo autêntico.

Conclusão

Kira Crash e Cassidy Chase são duas artistas incríveis que mostram que, apesar dos desafios, a indústria pornô trans pode ser uma opção de carreira bem-sucedida para pessoas trans. Esperamos que esta entrevista tenha ajudado a dar mais luz sobre a realidade dessas artistas e que ajude a criar um ambiente mais justo e respeitoso para as pessoas trans na indústria do entretenimento adulto.